quarta-feira, 30 de setembro de 2015

Vossa boca


                                                       à Florzinha Catarina Crystal



Me coloco nas alturas do que quero de todas as 

praças, da Tiradentes, só quero vossa boca,

vossa voz, vossa língua,

o gatilho que disparo,

ao adorar tua boca, tua língua...

eu adoro tua língua, tua boca,

as medidas de teu quadris,

os lábios de todas as tuas madres, bocas


( edu planchêz )

quinta-feira, 24 de setembro de 2015

Seguindo os conselhos dos sábios tibetanos




Um exercício de relaxamento e alongamento ajuda,
como por exemplo a prática da Yoga,
para que o natal na Terra novamente se estabeleça

Os Filhos do Cio azulado,
evocam o pássaro, a fênix,
a águia e o colibri

17 marcas nos põe em contato com Oreon,
com as fortes rajadas dos astros queridos,
entoo canções para os fiéis espíritos das árvores,
seguindo os conselhos dos sábios tibetanos...

 ( edu planchêz )

No Orfeu do canto que preparo desde muito antes



Vou me movendo, 
me embrenhando no emaranhado de estrelas,
se ela vem ou não vem, fica a interrogação abissal,
o rasante voo da serpente de sentimentos

Pesco nas partes que não toco do tempo mais que preciso,
a montanha do pleno firmamento,
sete anos no Himalaia, 
sete cordas para que eu entre e saia do abismo,
para eu que te resgate me resgatando

E foi no musgo, no limo que armei a torre de sândalo ,
e entre as escarpas da água entranho os dedos,
a alma dos dedos,
o maciço anel de jade para que percas o medo
de ter medo, para que se decida
e marque teu nome na alada música,
no Orfeu do canto que preparo desde muito antes

( edu planchêz )

quarta-feira, 16 de setembro de 2015

Os anéis azuis do pensamento


minha sede de Bhuda se casa com a tua fome,
com a caravana encarnada,
mulher que não me ama ( que me ama ),
mãe que me chama, 
que não me chama de filho,
xereca que morde, 
que não me morde por ( medo ? )
( por amor adicional de artista extremo? )

Um beijo do tamanho do chão nos seios
da apresentadora do jornal da noite,
Artaud e Diego El Khouri vestidos 
de porra nenhuma,
eles tramam burlar bolinar...
ver o lago de antigamente 
se elevar nas chamas
do templo da fertilidade 
de nossa loucura lisérgica 

E os olhos da grande caverna,
e os olhos da veia cava,
das teias do feto que se move nos sonhos
da mãe de Apollinare

Nas alturas das esculturas formas tuas, mãe,
fêmea Tarsila, filha minha, filha da forma,
do grude que nos ata um ao outro

Camille Claudel,
sempre fui teu namorado,
teu favo de tinta, tua espátula,
os anéis azuis do pensamento

( edu planchêz )

terça-feira, 15 de setembro de 2015

Prova minha poesia que os pássaros ostentam nos olhos planetas de flores



Euphonia violacea, o gaturamo-verdadeiro,
voa. canta, namora, cisca em meio as folhas,
ele é um dos filhos da natureza madre,
da cara marcada dos milênios
da grande construção da eco-vida,
da sinuosa arte invisivel
Prova a ciência que os pássaros são uma evolução 
dos dinossauros,
prova minha poesia que os pássaros ostentam 
nos olhos planetas de flores,
oceanos pintados por estrelas cadentes
Sob a margem do grande rio de mim mesmo,
se articulam espécies múltiplas, 
multidões de filhotes deuses,
artistas orgânicos atados ao enigma 
que nunca nos deixa,
que nunca desaparece diante da visão nobre 
dos que se abrem ao experimento meu pai

( edu planchêz )

segunda-feira, 14 de setembro de 2015

A vinha da grande navegação florida está


Toda a dor que passo é a minha iniciação,
é a forma de me tornar forte, homem inquebrável

Chamarei de tocandira a formiga lisérgica, 
as picadas que levo dela,
que me deixam tonto, torto, 
alucinado, em estado de transição
do inconsciente para o muito ver, é a abertura dos olhos,
nada me verga, 
nada consegue me arrancar do meu eixo,
do homem feito, do sujeito preparado para os solavancos da estrada

Diante da dor abre-se um portal de luz sublime,
esse sou eu, o que se une ao nagual,
ao tigre arquétipo, ao leão imagem

A planta motriz de meus movimentos,
absorve do momento agora,
do momento antes, do momento depois
a velocidade precisa, o remo e o barco

Se vai em mim o homem de gênio, o poeta atento.
o bailarino cigano

Nenhum medo, a dor presente está,
lanço a mão do analgésico, do anti inflamatório,
a ciência e o mágico se unem no centro do meu sangue

A vinha da grande navegação florida está

( edu planchêz )

domingo, 13 de setembro de 2015

Da largura de uma maçã



Ajoelhe-se comigo e recebamos as bênçãos.
já que nascemos sob o signo do plural,
atados a grande estrela,
perto de um rio barrento

Se escreves ou não escreves,
se pintas e danças,
se dizes algo ao tudonada,
és de minha falange andarilha
O rugido do leão marinho,
as plumas da garça
e as arredondadas esmeraldas
Planeta,
por horas converso contigo,
com as alegrias e as dores,
com os fragmentos da chuva
E essa mãe, essa mulher, e esse homem
de muitos e vários nomes,
de muitas e poucas falas,
de estrondosos lampejos,
da largura de uma maçã....

( edu planchêz )

sábado, 12 de setembro de 2015

Pelas mais de oitenta ruas da Tiradentes



O tamanho do meu pau cabe
no tamanho,
na boca da atriz mamadora de "Tabu"


Julio Bressane
+ Caetano + Colé,
vertidos em Lamartine e Oswald,
vedetes e vagabas

Bucetas margarinas fodidas sobre o volteio
do volante do que vou chamar de Cinca Chambord

E a porra do carnaval
nos lambuza,
pelas mais de oitenta ruas da Tiradentes

( edu planchêz )

segunda-feira, 7 de setembro de 2015

Os refugiados da alma




Tal qual Fernando Pessoa, moro numa hospedaria,
no centro do Rio de Janeiro histórico,
num beco vizinho a residencia da soprano Bydu Sayão,
um rato di versos disputando moedas com os refugiados,
com os clandestinos de todo esse continente,
e dos outros continentes;
com os refugiados da alma

( edu planchêz )

domingo, 6 de setembro de 2015

flauta de massala



essa é a noite do céu rabiscado por raios laranjas violetas,
vinde montanha, vinde águia, vinde mestre do rio!
e se soltam das carolas as flores...
o que trás o que leva,
o que pensa a noite e o dia,
o que pensa com a cabeça pousada nas mãos
as flores do fim e do começo
de tudo que aqui conto,
de tudo que aqui retenho e liberto
nos cones das uvas
dos subterrâneos,
big sur, doctor sax...
e volta a tela a caravana
que fez chover neve de isopor no nordeste
permita-me assoprar as canções de minha flauta de massala

( edu planchêz )

mulher taj mahal



dentro da bola de vento,
das leguminosas retinas das árvores,
em lágrimas, em rios solimões,
na torrencial chuva da saudade

eis que uma nesga da lua azul,
desenha você,
mulher taj mahal

( edu planchêz )

Mulher de sedosas mãos de Aquarius



Edu Planchêz é um império dentro de um império
que não é império
porque impérios são janelas que se fecham,
portas que nunca abrem

"Não preciso que me digam de que lado nasce o sol",
a toda à prova estou nesse momento mundo,
os muitos voltes que perambulam em mim,
são os muitos voltes que perambulam em você,
na foca, nas ervas e nas aves
Mulher que a mim é destinada,
estou em profundezas precisando de você,
mulher espécie, mulher arquétipo,
mulher de sedosas mãos de Aquarius

( edu planchêz )

As cercas



"As fotos do corpo de Aylan, menino sírio de 3 anos encontrado numa praia da Turquia, rodou o mundo e personalizou a tragédia coletiva dos refugiados. Aylan se afogou junto com a mãe e o irmão quando a família tentava cruzar de bote para uma ilha grega."
"Before he can see the sky?
Yes and how many ears must one man have
Before he can hear people cry?
Yes and how many deaths will it take till he knows
That too many people have died"
Você se acha dono da terra?
Dono do mar?
Ambos cobrirão em breve teus restos mortais
As cercas que constrói
com teus próprios ossos para impedir a entrada das pessoas,
se movem no inferno de teu cérebro,
na pocilga que é o teu coração

( edu planchêz )

Em construção




se isola numa imaginária torre de marfim, 
para não se "misturar" ao resto do mundo, 
para não pisar na terra do povo gavião,
nos oráculos largados nas águas,
nas galhas do reino



( edu planchêz )


sexta-feira, 4 de setembro de 2015

Que uma artista fogaréu venha me amar, tal qual Diego Riviera amou Frida


Mais uma vez sozinho, sumidouro de amores,
andei por demais sonhando
e mordi a coronha de tua arma,
os ossos de teus quadris que fogem,
e o espanto e o desespero
( porque sou humano )
zunem por minhas paredes e portas

Onde eu errei estava o acerto,
onde entortei o nosso falso romance...
Que uma artista fogaréu venha me amar,
tal qual Diego Riviera amou Frida
Tudo começa na grande festa humana
Se John Lennon abriu os portais
para o grande voo dos pássaros azuis dourados,
eu os acompanho
Se eu parar de sonhar,
o que será dos vindouros?

( edu planchêz )

Lábios cariocas



"Use rosa em qualquer de suas tonalidades!"
Sim, sempre estou de rosa
Lembro de te passar a calcinha
por cima da porta de vidro do banheiro,
eu, o guardião de teu banho,
de teu momento de xixi...
O amor é tão perto assim, tão intimo,
lindo no menstruo e pós o menstruo
Uma linda mulher
24 horas por dia do meu lado,
nunca nos cansamos um do outro,
somos as duas asas de um pássaro,
a maré e o navio
A guitarra e os dedos,
sempre juntos,
sempre fiéis,
sempre habilidosos cantores
Quando dois que cantam se encontram
nas cascas do dia e da noite,
arrisco dizer que algo quase Rock
mais que Rock,
troveja em nossas coxas blues,
em nosso lábios cariocas

( edu planchêz )

palavras de ouro eterno


nem um adeus, nem um muito obrigado,
estou decepcionado e ao mesmo tempo,
orgulhoso de ti
no fundo compreendo tuas fraquezas,
teus medos
eu sou um homem verdadeiro
justo e integro,
se ainda precisar de mim
aqui estou para o que der e vier,
o homem blues aqui continua...
eu não mudo nunca minha palavra de ouro eterno,
sou um ser público,
minha vida é pública,
não seria eu se não fosse de outro jeito

( edu planchêz )