domingo, 3 de janeiro de 2016

o corpo


o corpo dói, qual corpo que não dói?
a alma lateja enroscada nas couraças emocionais,
e vou desatando esses nódulos,
conversando com a idade que tenho,
com as partículas grandes e pequenas,
das vivencias, dos turvamentos, das iluminações

mergulho nos tonéis da esperança,
no sempre lago de antigamente,
no futuro do algo que ainda não sou

se posso me ajudar, se posso te ajudar,
relatando o que sinto,
não somos nada diferentes,
saudamos nossos vivos,
choramos nossos mortos,
precisamos tomar banho, comer, ir a rua,
ao banheiro, inventar dinheiro,
criar noticias, buscar informações

e tem os livros, as canções,
os ídolos mestres que nos inspiram,
os que nos levam ao esquecimento

preciso esquecer ou não lembrar 
de algumas coisas que são agulhas,
desamar, deixar de ser refém de paixões platônicas,
de valorizar quem não me valoriza,
ir para outro mundo, ficar nesse mundo,
destruir, construir a escada que não leva para o céu,
e lá eu quero saber de céu?

e o corpo dói,
e o rádio zuni a voz de maria gadú, de adriana calcanhoto...
"e o inverno no leblon é quase glacial",
e o verão na estrada dos bandeirantes é uma máquina
de assar frangos e humanos

( vou parando por aqui. cansei )

( edu planchêz )

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