sexta-feira, 6 de novembro de 2015

Fêmea dos gestos agudos



Louvas o pai do céo,
mas espancas o terrestre...
Como estou sempre num sambura de relâmpagos,
vivo com os pés adornardos,
com os ventrilocos das mãos atracados nos arcos
da nossa grande passagem
E eu me comunico com que foram dados como mortos
pelos vãos das coisas,
abrindo as vaginas das que amo com o talo,
com a simples carola da flor minguante
Mas vedes que cá nos outubros
do morrer e nascer,
estou e estás,
sempre vertido no vento que passeia,
do vento crescido nos pelos do peito,
vens colher rente ao ombro pêssego,
aquilo que falaste em uma das línguas
derramadas por tua boca,
fêmea dos gestos agúdos,
dos ângulos perfeitos
da amada anatomia;
se queres de mim o feliz,
o terás,
se queres de ti o penetrante,
chama-me

( edu planchêz )

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