quarta-feira, 18 de novembro de 2015

o sonho meu e teu





ela lembra do dia que eu só tinha uma prata
para comprar apenas um sonho de valsa,
e era apenas o reflexo de um amor futuro,
negado, escondido, nunca visto,
o beijo preso na garganta,
o beijo desejado desda infância,
a porta que ela não quer abrir,
a página que ela não quer virar,
ou o contrário de tudo isso



tenho fome e sede, senhora perturbadora;
se fosses a noiva da minha cidade,
a ovelha de meus cabelos,
muitos lírios nasceriam
no meio de vossas...
no centro de seus novelos,
nas chaminés das casas
de seus ancestrais lacinhos
cor de azul e prata


e vossa rosada tez ouve

de minha rosada tez,

as canções mais abissais,
a alavanca de Arquimedes mover a Terra


olhinhos de ágata verde,
amadurece nas ervas o sonho de Alice,
o sonho meu e teu



( Assina, o gênio da lamparina, Edu Planchêz.)

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